quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Se juntar o bicho foge

Se juntar o bicho foge

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. E se juntar?
Assistia em janeiro de 2011 a entrevista ao filósofo e escritor Mario Sergio Cortella em um programa de TV , em que ele respondia a questões sobre o seu livro Política para não ser idiota Num momento determinado, referiu-se à capacidade da participação coletiva para afastar políticos autocratas que insistem em querer falar pelo povo.
Tenho ouvido ao longo dos últimos 10 anos pessoas de várias comunidades que manifestam preocupações quando se acercam as eleições. É comum e recorrente a fala: “Agora que os políticos começam a aparecer é bom a gente se esconder, não mostrar o que a gente faz, porque eles vão se aproveitar e utilizar as nossas ações e resultados do desenvolvimento comunitário em suas campanhas eleitorais”.
É certo que temos visto, a cada nova eleição, aproveitadores de toda ordem apropriarem-se de discursos e mesmo de ações dos que realmente fazem e ainda verborragiar promessas e mais promessas durante as suas campanhas eleitorais. Mas isso não quer dizer que devemos fugir para não sermos “pegos pelo bicho” e nem ficar para sermos “comidos por ele”. Podemos nos juntar e fazer o bicho fugir.
As comunidades precisam afastar os falsos feitores e aproveitadores buscando cada vez mais a participação política, seja partidária ou apartidária. Mas precisam igualmente dialogar com os pretendentes a “benfeitores”.

De tempos em tempos, deparamos-nos com essa aparente dicotomia entre a participação e construção comunitária apartidária e a necessidade de termos que escolher candidatos, pessoas que representam partidos e que devem nos representar. Mas esse é um dos ônus da democracia. Digo ônus e não bônus porque partidos são partes de diferentes grupos que escolhem caminhos diferentes para chegar ao mesmo objetivo. Ao menos deveria ser esse o propósito, segundo está escrito no preâmbulo da nossa Constituição que diz: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte constituição da República Federativa do Brasil.”
E chamo de ônus justamente o rompimento das conexões humanas e comunitárias que essa vida partidária provoca quando se radicalizam os posicionamentos e as ideologias para defender o seu próprio caminho. Mas não quero estender-me aqui sobre a dicotomia de viver sendo partidário ou apartidário e nem do momento em que precisamos ser as duas coisas – que pode provocar-nos certa confusão ideológica – mas sim sobre a importância de não deixarmos sob hipótese alguma de participar da vida social e política. Quando não estamos presentes alguém decide por nós. Por isso não devemos nos esconder e muito menos ficar com receio dos fantasmas eleitoreiros de plantão. Pelo contrário, precisamos participar e inclusive compartilhar, dialogar e construir propostas com quem – ainda candidato – um dia deverá representar no âmbito legislativo ou executivo os nossos anseios de justiça, liberdade e bem-estar.
O artigo 1, parágrafo único, da Constituição brasileira diz: “Todo o poder emana (vem) do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição“. Que falem então em nosso nome, ou seja, que representem os nossos anseios de cidadãos e para isso é preciso que eles conheçam o que pretendemos, no que acreditamos, o que queremos construir, enfim, o destino que queremos dar à terra em que vivemos.
Por outro lado, não podemos permitir que falem por nós por deduções, por instinto, por crenças preconceituosas. Não somos coisas, somos parte importante do meio ambiente, pessoas, seres pensantes e com conhecimentos, com capacidade de agir. Não deixemos, então, que falem por nós, apenas em nosso nome. Mas, para isso, novamente precisamos lembrar que somente participando da vida social e política é que poderemos dizer o que queremos a alguém que escolhemos para nos representar. Não devemos fugir dos políticos, devemos dialogar com eles. Dialogar? Sim, isso é fazer política. Caso alguns deles não estejam acostumados com o tema, podemos mostrar-lhes na prática como se faz. Não há muitos caminhos a seguir, a não ser ouvir, falar, compreender, estabelecer consensos e posições.
E ainda, quando construímos consensos coletivos, quando estamos conectados em busca dos mesmos sonhos, mais certos e fortes estaremos para atrair os bons, os que querem nos representar e falar em nosso nome, e igualmente fortes para afugentar os aproveitadores.
Então não vamos fugir. Os malfeitores é que devem. Juntemo-nos e estejamos no lugar que é nosso, praticando a cidadania.

Jorge Silveira Duarte
Gestor de Desenvolvimento Social – Senac São Paulo
08/01/2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

1º Encontro da Rede Social Ampliar em 2012

Aguardamos os parceiros da Rede Social Ampliar e interessados em realizar parcerias conosco em nosso 1º encontro de 2012.
Data: 08/02/2012 - quarta-feira
Horário: 10h00
Local - CEAT Líder
Endereço: Rua Júlio Rodrigues Meleiros, 152 - Cidade Líder
Fone: 4119-3816 ou 8215-0323
Contato: Goretti
Participem!

abraço